segunda-feira, 26 de março de 2007

Revisão Ortográfica

Sabendo nós que a língua portuguesa é uma língua viva e, logo, em constante evolução, não é de estranhar que, de tempos a tempos, seja necessária uma revisão ortográfica e fonética dos termos oficialmente considerados “correctos”.
Assim, venho deixar à vossa consideração algumas sugestões respeitantes à conjugação verbal que penso serem pertinentes na próxima revisão da língua portuguesa:
1. Proceder à correcção definitiva da 1ª pessoa do plural do presente do conjuntivo. Como toda a gente sabe, este tempo verbal é uma palavra esdrúxula (se não sabem o que isto é, vão ver ao dicionário!). Há para aí a mania de corrigir o póssamos, tênhamos ou fáçamos (claro que escrevemos sem acentos, porque isto dos acentos, também, só serve para atrapalhar!). De resto, no que respeita à ortografia, lanço um desafio de debate que se prende com a presença ou ausência de hífen (para quem isto é estrangeiro, eu simplifico: póssamos ou possa-mos, eis a questão! Há ainda alguns dissidentes que sugerem o poça-mos ou o póçamos, mas parecem-me menos consensuais).
2. Já no que respeita à 2ª pessoa do plural, de qualquer tempo que vos agrade, proponho a sua simples abolição. Assim como assim, já é “latinório”, de uso exclusivo em igrejas por padres adequadamente conservadores. Passo a explicar: substituímos simplesmente o desagradável “vós ides” pelo tão simpático e familiar “vocês vão”.
3. Adopção, como regra constante de todas as gramáticas abençoadas pelo ministério da educação, do pronome “a gente” (não confundir com agente, que é da polícia!) como sinónimo de “nós”. Teríamos “a gente vai” ou, ainda, “a gente vamos”, expressão tão querida do nosso povo português.
4. Outra: que mania esta de tirar o “s” ao “fostes”, ao “dissestes” ou ao “comestes”! Então se é vais, dizes, comes, por alma de quem é que temos essa esquisitice do foste! Eu cá voto no fostes!
5. Por fim, não esquecer a simplificação do “há” e “à”. Só mesmo no português, confundir assim as pessoas. Proponho que se substituam ambos por “á”, eliminando as dúvidas existenciais, quando as há (ou à?), de qual deles usar. Assim, corrigiríamos de uma assentada milhares de “Hoje á caracóis” espalhados por outras tantas tascas portuguesas.

3 comentários:

tacci disse...

Sempre gostei imenso deste teu escrito.
Ainda bem que o puseste aqui.
Beijinhos.

tacci disse...

PS: Linkei-a ao meu blog. Fiz mal?

Hainnish disse...

Claro que não, fizeste bem. Beijos.